Para quem quer montar um spa em casa, ter uma jacuzzi ou um ofurô é certamente um dos mais cobiçados. O equipamento permite momentos relaxantes, com água quente e massagem por meio de jatos d’água, e tem a vantagem de ocupar espaços bem menores do que uma piscina tradicional. Além disso, são itens que podem ser instalados tanto na área externa quanto nos ambientes internos — e não apenas no banheiro! Para quem mora em apartamentos, é também uma maneira de ter um espaço de lazer na varanda. Mas, nem todos os imóveis comportam jacuzzis e ofurôs. Se você está pensando em instalar um equipamento do tipo, é preciso, antes, realizar uma avaliação estrutural para verificar questões elétricas, hidráulicas e de infraestrutura. Veja, a seguir, alguns pontos que devem ser levados em consideração:
Espaço
Para quem pretende instalar uma jacuzzi ou ofurô na área externa, este provavelmente não será um grande problema, mas quem está pensando em inserir um equipamento do tipo em áreas internas precisa levar em conta o tamanho do equipamento para não prejudicar a circulação no ambiente. “Uma metragem mínima para uma Jacuzzi com jatos de hidromassagem fica perto de 80 x 120 cm somente com a peça da banheira e as estruturas necessárias para sua instalação. Para um ofurô, podemos calcular 90 cm de diâmetro para que caiba uma pessoa dentro de forma que possa ficar relaxada”, avisam as arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas, do escritório Dantas & Passos Arquitetura.
Além do tamanho do equipamento, é preciso pensar também na circulação no ambiente “Em um banheiro, por exemplo, o equipamento não pode disputar espaço com outras peças essenciais como a bacia, bancada da pia e gabinete, box. Em geral, adotamos um raio de aproximadamente 60 cm para termos uma dimensão mínima confortável de circulação principal e distante de outros itens”, acrescentam as profissionais.
Carga máxima da laje
Sobretudo para quem está pensando em instalar uma jacuzzi em um apartamento, é necessária a avaliação de um engenheiro estrutural. “Quando se faz o projeto de um apê, existe uma carga estrutural calculada para cada laje. No caso de uma laje de varanda, de cobertura, existe uma carga limite suportada”, explica a arquiteta Maria Fernanda, do escritório Estúdio 4 Arquitetura. “Então se você vai adicionar uma hidromassagem, você tem que levar em consideração o produto, a água, e o peso das pessoas que vão usar o equipamento. A partir desse cálculo, é preciso que seja feita uma análise por um profissional da área, para observar se esse espaço comporta esse tipo de peso que está sendo agregado a essa laje”.
Paula Passos e Danielle Dantas, do Dantas & Passos Arquitetura, acrescentam que esta é uma das etapas mais fundamentais do processo, pois há o risco de problemas estruturais sérios, como rachaduras e infiltrações.
Regras do condomínio, no caso de apartamentos
“Outro ponto a ser avaliado em caso de apartamentos, são as regras do condomínio sobre água compartilhada, porque uma jacuzzi vai aumentar o consumo de água coletivo do condomínio”, seguem as profissionais do Dantas & Passos Arquitetura. “Além disso, prever a impermeabilização da laje também é extremamente importante para evitar vazamentos no andar vizinho abaixo”.
Piso
É aconselhável evitar alguns tipos de revestimentos no piso da área que comportará a hidromassagem, sobretudo os mais porosos já que o espaço terá presença constante de água. “É importante que o piso esteja totalmente liso, sem ondulações, e que seja também antiderrapante e não acumule umidade”, aconselha Maria Fernanda, do escritório Estúdio 4 Arquitetura. “Exatamente porque estamos trabalhando com uma área que vai gerar água, estes são itens de segurança que precisam ser levados em consideração tanto do ponto de vista da execução quanto do usuário que posteriormente vai aproveitar o equipamento”.
Elétrica e hidráulica
Parece óbvio, mas não podemos esquecer que um dos itens primordiais é ter pontos de elétrica e hidráulica na casa ou apartamento que comportem a instalação da hidromassagem. “Para instalar uma banheira, é necessária a preparação destes pontos. Normalmente, na parte hidráulica, é necessário um ponto de entrada de água para alimentar a banheira, e, se for ter ducha manual, melhor prever um segundo ponto independente de alimentação de água. Ainda no sistema hidráulico, é necessário prever um ponto de saída da água, para escoamento, interligado ao sistema de esgoto”, explicam Paula Passos e Danielle Dantas.
Na parte elétrica, as profissionais lembram que é sempre necessário verificar a tensão solicitada no manual do fabricante. Será necessário, também, prever no quadro de luz uma seção de fios e disjuntores independentes para a banheira.
“É importante também que se tenha um profissional da área da elétrica para verificar o distanciamento mínimo pedido entre uma jacuzzi e um quadro elétrico disponível para ela. Normalmente, trabalha-se com uma distância de 3 metros”, complementa a arquiteta Maria Fernanda, do Estúdio 4 Arquitetura.